segunda-feira, 25 de julho de 2011

Geração Y: desafio para o RH e pequenos empresários

Jeferson Melo 
Administrador e sócio-diretor da Arquiteta Soluções, empresa especializada em soluções de gestão de RH.

Entender e compreender em que tempos estamos posicionados faz com que reativemos os pensamentos de grandes filósofos que sempre questionaram: o que é preciso para criar?  Saber? Conhecer? Compreender o que realmente é problema? Ou simplesmente deixar a mente vagar?


Sem dúvida há algo além do trabalho no espírito criativo, principalmente na geração Y, que pode, e deve, inclusive, se dar ao luxo de praticar aquilo que hoje se chama “ócio criativo”, para que as idéias venham. O autor do termo, Domenico De Masi, o definiu assim: “Quando trabalho, estudo e jogo coincidem, estamos diante daquela síntese exaltante que eu chamo de ócio criativo”. Em outras palavras e com seu estilo inconfundível, Plínio Marcos traduziu: “Coçar o saco é parte fundamental do trabalho do artista.” E o filósofo Alexander Koyré, com um argumento definitivo: “Não é do trabalho que nasce a civilização: ela nasce do tempo livre e do jogo”.



Com esta visão, temos, o exemplo da Microsoft, que faz com que seus funcionários de criação tenham todo o tempo livre e assim possam criar. Outras experiências em empresas de sucesso, como Google, Facebook e Linkedin fazem parte deste ideário de tempo livre versus criação.



As áreas de RH de empresas com essa visão têm a missão de alicerçar e entrecruzar trabalho e tempo livre para criação, gerando resultados. Parece simples, mas não é.



Uma inovação não tem preço:  as empresas que já se posicionaram tendo esta visão como base  já colheram grandes frutos e lucros. A geração Y é também responsável por esses resultados. São famosas as frases “ação e reação”, “dar para receber”, que movem a geração Y.



Lidar com este público é em certos momentos, trabalhar com quebras de paradigmas e sair da zona de conforto. São profissionais que não trabalham diretamente ligados aos recursos financeiros que podem ser obtidos com o trabalho, mas, sim, vinculados ao desafio do “eu posso”. Com isso, reafirmamos, a geração Y é a geração da inovação. Crie os desafios e terá grandes profissionais Y ao seu lado.


Contudo, nem sempre há flores. Os pequenos empresários muitas vezes não tem tempo, nem dinheiro, para apostar em inovação. Assim, acabam encontrando e optando por profissionais da geração anterior, os profissionais da geração X. Estes se diferem da geração y, por serem um pouco mais conservadores e terem o “pé no chão” quando o assunto é estabilidade pessoal e familiar.

O ponto crucial nesta história é saber qual o limite entre criatividade e lazer e como o tempo e ócio criativos podem ser aliados ou não desta nova geração.

Para as empresas, essa pseudoindependência deve ser administrada de forma que gere resultados concisos, ou seja, apesar de serem livres no seu dia a dia, os profissionais Y devem cumprir prazos e metas da Companhia, trazendo resultados que possam ser avaliados.

É de conhecimento do mercado que um profissional da geração Y não  hesita em mudar de empregador. O executivo Y  vive o momento e não se comporta como os profissionais da geração anterior que ficavam anos e anos na mesma empresa, preocupados com o futuro.
Por conta desse modo de conduzir a carreira muitas Companhias confundem o que realmente estes profissionais querem e criam regras de bônus e incentivos mirabolantes.

Contar com profissionais da geração Y e administrá-los é um desafio para o gestor de RH. Na maioria das vezes, prescinde um desapego de métodos conservadores de motivação da equipe. Faz-se necessário métodos criativos e, muitas vezes, inéditos, para criar um senso de pertencimento aliado à resultados perenes.

A geração Y solicita dos gestores novos olhares e novas perspectivas do como, quando, onde e por que se desenvolve determinada função dentro de uma organização.  Lidar com este “diferente” dentro de uma instituição faz com que novas abordagens frente a este novo se estabeleçam e, nesse horizonte, uma nova cultura organizacional se concretize na empresa.

domingo, 3 de julho de 2011

Pesquisa inédita revela perfil de 32 milhões de usuários de LAN Houses

Levantamento realizado pela Plano CDE em parceria com a CDI Lan também mostra que 40% dos usuários investiriam em educação se tivessem um incremento de R$ 500,00 na renda 

Dados de uma pesquisa inédita desenvolvida pela consultoria Plano CDE, especializada no universo das classes C, D e E, em parceria com a CDI Lan (empresa social ligada à ONG Comitê para Democratização da Informática) revelam tendências de consumo e o perfil de 32 milhões de brasileiros que acessam a internet de lan houses. O número representa 45% dos usuários que, hoje, acessam a rede de uma das 107 mil lan houses espalhadas pelo Brasil, e que, segundo o estudo, priorizam o investimento em serviços com foco em cursos, trabalho e busca de empregos, seguido de itens para consumo pessoal.

“Esse cenário é uma característica da mobilidade social vivida pelas classes populares, que têm entre seus jovens um público cada vez mais escolarizado do que os pais e, por isso mesmo, busca mais informação e tecnologia fora de casa, já que não tem computador ou acesso à internet”, observa Luciana Aguiar, antropóloga e sócia diretora da Plano CDE, que para desenvolver o levantamento ouviu 891 usuários de todo o país.

O estudo aponta que os usuários de lan houses são, na maioria, jovens entre 14 a 24 anos, sendo que 59% possuem renda pessoal mensal, com 80% respondendo por uma renda pessoal de até R$ 1,2 mil por mês e 14% possuindo renda entre R$ 1.201,00 a R$ 2 mil. Dentro desse universo, 77% contribuem no orçamento familiar, parcialmente (56%) ou com toda renda pessoal (21%).

A pesquisa mostra que, mesmo com a pouca idade, e até pela tendência a outras atividades de lazer comuns entre usuários dessa faixa etária, 40% investiriam em educação se tivessem um acréscimo de R$ 500,00 na renda. Em seguida, aparecem meio de transporte (20%), tecnologia (13%) e consumo com vestuário, calçados e higiene pessoal (7%).

“Tratam-se de usuários conscientes, que utilizam os recursos do acesso à rede principalmente para ascender intelectualmente e profissionalmente”, avalia Bernardo Faria, diretor da CDI Lan, ao destacar o potencial das lan houses para serviços como cursos à distância, assim como produtos de inclusão financeira.

De acordo com o levantamento, o nível de educação dos entrevistados é relativamente alto, considerando sua concentração nas classes C, D e E, - 43% têm ensino médio completo ou superior incompleto; 35% possuem ensino médio incompleto; 6% com superior completo. Em relação à ocupação, 46% dos usuários possuem um vínculo mais estável de trabalho (carteira assinada, funcionário público ou militar) e 30% são autônomos ou empresários.

O mapeamento também revela que 43% dos clientes de lan houses estão concentrados na região Nordeste e 38% na Sudeste; o Centro-Oeste responde por 7% e as regiões Norte e Sul por 6%, cada uma.

A pesquisa ainda mostra que o acesso à internet por esse público está bem inserido ao networking: 67% dos usuários utilizam a rede para a leitura de e-mails (67%) e 57% fazem uso da internet para a comunicação com amigos e parentes (65%).

No quesito entretenimento, o acesso a vídeos, fotos ou ouvir músicas é apontado como preferência por 55% dos internautas, seguido de acompanhar notícias esportivas (51%), pesquisa (46%), jogar (45%) e ler notícias, novidades, fofocas e piadas (29%). Dicas sobre saúde/alimentação e beleza/moda respondem, respectivamente, por 13% e 11% do interesse dos usuários.

Portais de notícias e redes sociais

“Considerados canais que atuam como uma janela para o mundo para o público da base da pirâmide, os portais de notícias e as redes sociais contribuem tanto para a atualização sobre o mercado de trabalho como para o desenvolvimento do capital social”, analisa Luciana Aguiar.

A pesquisa aponta que as atividades mais relevantes para os usuários de lan houses nos portais são acessar e-mail (29%); ler notícias do mundo (23); ler notícias de entretenimento (18%) e ler notícias de esportes (14). Nas redes sociais, o acesso prioriza o contato com amigos e parentes (64%); a postagem de fotos (13%); e os jogos sociais (8%).

Sobre a Plano CDE (www.planocde.com.br)
Especializada no universo das classes C, D e E, a Plano CDE é uma consultoria que auxilia empresas de quaisquer segmentos para o desenvolvimento de novas atividades e negócios inclusivos envolvendo os públicos da base da pirâmide. Suas atribuições contemplam ainda a idealização de pesquisas qualitativas e quantitativas para melhor responder as questões das empresas e treinamentos de executivos para atuar junto às classes C, D e E e mercados emergentes

Sobre a CDI Lan (www.cdilan.com.br)
É uma empresa social que oferece às lan houses produtos e serviços que atendam às necessidades da base da pirâmide, contribuindo assim para a transformação social. Os estabelecimentos filiados recebem apoio para melhorar a capacitação e investir na inovação e empreendedorismo, além de seguir um rigoroso código de conduta.